A transformação digital começa pelo CIO

Transformar digitalmente uma companhia não significa apenas investir em tecnologia. É preciso rever todos os processos e aumentar a eficiência do negócio.

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O termo transformação digital está na moda. Pouca gente percebe, no entanto, a relação entre a digitalização das empresas e o novo papel esperado do CIO. Transformar digitalmente uma companhia não significa apenas investir em tecnologia. É preciso rever todos os processos.

A digitalização aumenta a eficiência. A tecnologia agiliza o trabalho, automatiza tarefas e elimina erros. Agora, ela pouco ajuda quando o processo está errado. Nesse caso, investir apenas em aquisição de sistemas será uma perda de tempo e dinheiro. Mas como evitar esse erro e tirar o máximo proveito da tecnologia? A resposta está na mudança de foco do CIO, que passa a ter uma função mais estratégica.

O principal desafio da transformação digital é aproximar a TI do negócio. A tecnologia precisa ser encarada de forma estratégica, não apenas como uma ferramenta de suporte, mas como parte integrante do modelo de negócios da companhia. Para isso, é fundamental que o CIO participe ativamente dessa mudança. Mais do que um administrador da infraestrutura tecnológica, ele tem de ser um cocriador de modelos e processos, sempre focado nos resultados da companhia.

Uma pesquisa global da consultoria Delloite, com mais de 1.200 executivos de vários países, aponta que a missão principal do CIO, atualmente, é “transformar ou melhorar as operações dos negócios.” Para a maioria dos líderes de tecnologia, entre as suas atribuições estão impulsionar a receita e os resultados da companhia.

Segundo o estudo, globalmente, 40% dos CIOs lideram o desenvolvimento da estratégia digital. No Brasil, entretanto, o porcentual é menor: 26%. Ou seja, boa parte dos CIOs brasileiros ainda não entendeu esse novo papel. Em parte, isso se deve ao fato de que, no Brasil, a redução de custos operacionais e de produção ainda esteja no topo das prioridades da área de TI.

Não está errado. Porém, além de cortar custos, a tecnologia tem de ser encarada como uma fonte de receita e de novos negócios. O CIO que não entender isso acabará perdendo espaço dentro das organizações. Por outro lado, o profissional que souber se alinhar com as outras áreas e apresentar soluções para os desafios digitais das companhias poderá almejar voos cada vez mais altos.  

Nesses tempos de transformação, há, sim, um risco para os profissionais de TI, que podem se ver numa posição difícil diante da demanda por processos cada vez mais tecnológicos nas empresas. Por outro lado, estão se abrindo inúmeras oportunidades para fazer a diferença e conquistar um espaço ainda mais relevante dentro das organizações. Mas é preciso entender que o foco tem de estar no negócio, e não na tecnologia.